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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Queimadas levam animais silvestres para a cidade

DESTRUIÇÃO – A queimada, apesar de ser uma prática atrasada da agricultura, tem aumentado a cada dia e isso tem causado um grande impacto ecológico e social.

As queimadas existem em todas as partes do Brasil, mas acontece com maior frequência em regiões rodeadas por fazendas e sítios. Apesar de ser um método atrasado no meio da Agricultura, os pequenos agricultores, para resolver problemas como pragas e doenças, e preparação do solo para a plantação, acabam colocando fogo em suas áreas. E isso tem afetado a biodiversidade, além de espantar os animais de seu habitat natural, levando-os a procurar a área urbana.
Apesar de comum as queimadas são consideradas crime ambiental, sendo que regida pela Lei nº 9605/98, no artigo 41, em que diz: “Provocar incêndio em mata ou floresta: Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa”.
“O impacto das queimadas é preocupante, pois prejudica a fertilidade do solo e danifica a biodiversidade. Também há produção de gases nocivos à saúde humana e diminuição da visibilidade atmosférica, que pode causar acidentes em estradas, além de interferir na qualidade do ar”, explica o tenente da Polícia Militar, Carlos Roberto Klemp.
No município de Cravinhos em menos de um mês dois animais silvestres foram avistados no período urbano. O primeiro foi uma gazela que apareceu no Cemitério Municipal e o segundo foi uma capivara, nas margens do córrego Ribeirão Preto, nas proximidades da Rua XV de Novembro, a mais movimentada da cidade.
“Animais como os cervídeos (veados), são tímidos e assustados mesmo se fornecido algum alimento ele pode não se alimentar, já as capivaras são roedores herbívoros e comem brotos de cana e capim e se alimentariam facilmente se fornecido o alimento, porém o correto é pedir auxílio e não alimentar esses animais”, afirma o biólogo Pedro Pizzi.
Com a retirada da mata onde viviam alguns animais buscam refúgio em canaviais, porém esses “esconderijos” são provisórios, pois quando a cana é queimada ou mesmo cortada com máquinas, esses animais, assustados, fogem para outros lugares e se houver alguma cidade por perto eles entram para poder se abrigar.
“Quando se deparar com animais silvestres, de grande e médio porte, como o caso do veado e da capivara deve-se comunicar imediatamente o Corpo de Bombeiros, através do telefone 193. É importante não chegar perto destes animais, um veado mesmo de tamanho pequeno pode machucar um ser humano adulto”, orienta o biólogo.
O Tenente da Polícia Militar, Carlos Klemp, diz que quando alguém se deparar com algum incêndio em área florestal deve comunicar imediatamente a Polícia Ambiental, que atende pelos telefones (16) 3931 1070 ou 3632 2724 ou ainda a Polícia Militar pelo 190.

Projeto de lei proíbe sacrifício de animais em rituais religiosos em SP

Autor da ideia, deputado do PV diz ser 'cristão e vegetariano'.
Religioso afirma que proposta, ainda em tramitação, resvala na 'hipocrisia'.

O deputado estadual Feliciano Filho (PV), que diz ser cristão e vegetariano, propôs à Assembleia Legislativa de São Paulo o projeto de lei 992/2011, que proíbe o sacrifício de animais em práticas de rituais religiosos no estado de São Paulo. O texto prevê multa de 300 Ufesp (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo) ou R$ 5,2 mil para cada infração, dobrando de valor em caso de reincidência.

A proposta tem provocado protestos do presidente do Fórum de Sacerdotes do Estado de São Paulo e do Instituto Nacional de Defesa das Tradições de Matriz Afro Brasileira, Tata Matâmoride. "Já entramos em contato com o presidente da Assembleia para informar que esse projeto é inconstitucional." Ele cita o artigo V da Constituição, que estabelece que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias".
Autor do projeto, Feliciano Filho reconhece que a ideia é polêmica, mas afirma que "a liberdade de culto vem depois do crime de crueldade".  Ele estima que os contrários ao projeto são uma minoria. "Não sei de onde virá a pressão, só sei que é uma minoria. Tem de valer o interesse da sociedade. Não pode valer o interesse de classe. Não queremos cercear a liberdade de culto", afirma.

O deputado está convencido de que a proposta, que começa a ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deverá ser aprovada e afirma que vai tentar ouvir as pessoas que podem sentir-se afetadas pela proposta. "A gente vai tentar porque tem muitos projetos em andamento, quando [o projeto] estiver mais perto da ordem do dia. Mas a proposta não tem vícios de iniciativa e é constitucional", afirma.
Tata Matâmoride, que também é conselheiro do Fórum Interreligioso da Secretaria de Estado da Justiça e do Comitê de Cultura de Paz da Assembléia Legislativa, afirma que a proposta revela "hipocrisia". "Todo mundo fica defendendo animalzinho, mas ninguém deixa de usar sapato de couro", afirma. De acordo com ele, caso propostas como essa sejam válidas, deve haver também a restrição ao sacrifício de animais no Natal.
O religioso diz que iniciativa igual não prosperou em Piracicaba, no interior de São Paulo, onde foi vetado em 2010 pelo prefeito Barjas Negri. "Já houve inicitaiva igual em Piracicaba, mas não colou, porque não é competência do estado legislar sobre esse assunto", diz.
fonte: G1